Publicação n.º 11 de junho de 2024
A escola e a sociedade atual estão em constante evolução. Hoje em dia, o mercado de trabalho não procura apenas jovens profissionais com boa formação académica, mas valoriza aqueles que são capazes de analisar dados, compreender informações complexas e propor soluções inovadoras em tempo real. Perante esta situação, surge a inevitável pergunta: como preparar os nossos alunos para essa realidade?
As metodologias ativas surgem como poderosas estratégias pedagógicas que respondem a esse desafio. Elas desenvolvem a mentalidade criativa e resolutiva capaz de gerar inovação em qualquer área do conhecimento. Não adianta ter ideias e não as conseguir concretizar. Assim como não adianta ter a capacidade de materialização sem ideias que resultem em modificações significativas ou na criação de algo novo. É aqui que surge a Inteligência Artificial (IA), aliada à educação, tornando as aprendizagens mais relevantes, envolventes e significativas. E a magia acontece quando aliamos as ferramentas disponibilizadas pela IA - que possibilitam explorar a criatividade, o espírito de equipa dos nossos alunos - ao poder da tecnologia.
Cientes desta aliança promissora, nas aulas de Tecnologias da Informação e da Comunicação, as metodologias ativas, apoiadas pela IA, são utilizadas sempre que se justifica. Elas basearam-se em estratégias simples e versáteis que passo a explicar.
1. Verificação da veracidade das informações - foi apresentada uma série de informações aos alunos e dadas orientações para que recorrendo a ferramentas digitais tais como o ChatGPT, analisassem, investigassem e validassem a sua veracidade e autenticidade, desenvolvendo assim as competências de julgamento e decisão sobre a veracidade e relevância das informações, com base em critérios estabelecidos pela IA.
2. Experimentação com a Inteligência Artificial - esta segunda etapa da aula centrou-se na estratégia “decifra a resposta” para chegar ao objetivo de aprendizagem, que consistiu em desenvolver a capacidade de formular perguntas e analisar criticamente as respostas, entendidas como informação, num contexto digital e tecnológico.
3. Cocriação com recurso a soluções inovadoras auxiliadas pela IA – nesta fase, foi proposto aos alunos que descrevessem um objeto tecnológico do seu quotidiano, mas desafiando-se mentalmente para o imaginarem prospectivamente em 2050.
Antevendo que alguns alunos viessem a escolher o mesmo objeto tecnológico, utilizaram-se as ferramentas de brainstorming e validação (MindMeister.com e tricider.com), que permitiram analisar e discutir se o seu objeto era ou não considerado tecnológico e/ou automatizado, através de um debate argumentativo seguido de votação.
Para resolverem este desafio-problema, utilizaram algumas ferramentas digitais: ChatGPT; New.express.adobe.com; Leonardo.ai; Piktochart.com; Online-qr-generator.com; Suno.com; Story.com.
Quando senti que alguns alunos tinham mais dificuldades na concretização de trabalhos, para além dos recursos acima mencionados, recorri ao método cooperativo de aprendizagem chamado Jigsaw.
Concluindo, os alunos resolveram o seu desafio - problema e criaram um boletim informativo e infográfico, com integração de imagens geradas com recurso da IA e convertidas para o formato de Qr Code. Posteriormente, avançaram com a criação de um vídeo e a composição de uma música portuguesa.
Sublinha-se que durante a execução deste trabalho, os alunos recorreram em várias fases do projeto ao ChatGPT para validar a sua solução, pedindo feedback ou explorando possíveis desafios e oportunidades associados à sua proposta.
No entanto, foram sempre relembrados que, embora o ChatGPT seja uma ferramenta valiosa no processo de inovação, é fundamental incluírem o pensamento crítico e criativo no processo de aprendizagem, que mais não fosse para questionarem e verificarem as fontes de informação antes de aceitar algo como verdade.
Ficaste curioso? Então, convido-te a fazer uma visita à atividade aqui.
A Professora: Florbela Edral